Organizadora:
Simone Gibran Nogueira
Resumo:
A Psicologia Afrocentrada, no seio da Ancestralidade Africana e Afro-diaspórica, é uma produção coletiva, solidária, sendo uma das protagonistas da guinada epistemológica que vivemos em nosso tempo, em companhia do afrocentrismo, da decolonialidade, das filosofias africanas, dos feminismos negros, das filosofias da libertação latino-americana, da educação das relações etnicorraciais, da interculturalidade… Assim é que o GEPAL, através da P&A, oferece um mosaico de africanidades, pelo filtro da psicologia afrocentrada, intensificando os diálogos entre Brasil, Moçambique, Angola e EUA, reunidos por bibliografia e experiências afrorreferenciadas, neste livro que promete ser um marco teórico e metodológico da insurgente – e insubmissa – psicologia africana. As marcas da escravidão criminosa que perduraram por quase quatro séculos e o racismo que violenta a população negra dioturnamente, exigem uma abordagem coerente com a experiência e o saber africano e diaspórico, pois o modelo ocidental da psicologia não é suficiente para adentrar nas delícias e horrores da negritude. Mobilizar nossas experiências, agenciar nossos saberes, em diálogo estreito com teóricos de renome nacional e internacional da área da psicologia afrorreferenciada, tanto quanto no diálogo com os detentores do saber tradicional, em destaque para Yialorixás e Babalorixás das Religiões de Matriz Africana no Brasil, é um avanço extraordinário na mudança de perspectiva teórica e terapêutica para lidar com a Alma Africana no Brasil. Ademais, esta obra tem o mérito de articular de maneira multirreferencial, interdisciplinar e complexa, as áreas da psicologia, da filosofia e da educação, configurando um saber de rede para a reticular experiência africana vislumbrada nos diálogos Sul-Sul. Psicologia Afrocentrada no Brasil: psicologia da educação em diálogo com saberes orais, organizado pela Dra. Simone Gibran Nogueira, é um livro-potência testemunho do compromisso genuíno não apenas do combate ao racismo, mas também da proposição afirmativa de uma psique negro-africana que inunda com suas múltiplas cores o imaginário brasileiro. Ao tempo que realiza a crítica contundente da ineficácia – e da violência colonial – do ocidentalismo, reivindica o diálogo criativo de autorias africanas, como o necessário debate sobre a intersubjetivação dialógica, de Castiano, por exemplo, em diálogo equânime com detentores do saber tradicional, fazendo emergir de suas páginas uma paisagem complexa, crítica, colorida e persuasiva de que a psicologia afrocentrada chegou para fincar raízes na interpretação da diversa cultura afro-diaspórica e na terapia e enfrentamento das mazelas do racismo e da escravidão correlatas. É tempo de assumir a responsabilidade pela nossa libertação! Festejemos o GEPAL!!!!
Referências