Corpo, ancestralidade, oralidade e educação no Ile Asè Omo Tifé: o corpo de xangô.

Autores:

Norval Batista Cruz

Resumo:

Expressa a trajetória de vida do autor, buscando identificar como, através do corpo, ele teceu a teia que o levou à cultura de matriz africana e finalmente ao locus da sua pesquisa, o Ilê Axé Omo Tifé. Utilizou-se o método biográfico da Antroposofia, que se baseia no conhecimento da natureza do ser humano e do universo. Descobre-se, também, durante o biográfico, o devir Ṣàngó, o quanto o Òrìsà de Cabeça, Ṣàngó, esteve presente na vida do autor. Nessa trajetória, ele conheçe as Mãe Constancia e a Mãe Valeria de Logun Edé. Vive diuturnamente a ancestralidade africana no Terreiro, onde a sabedoria é repassada por meio da oralidade, pois primeiro se faz e depois se fala sobre o que foi feito. Esse convívio o levou a concluir que o Terreiro é um locus de educação. Dialoga com os autores Mãe Stela de Oxossi sobre o Candomblé, com o Eduardo Oliveira sobre a ancestralidade e o corpo e Muniz Sodré acerca da educação. Penetra-se o universo sutil, mítico, arquetípico e religioso do corpo e descubre-se que o Ómó-Orixá convive com dois corpos: o possesso, incorporado, e o corpo natural do seu cotidiano. Evidencia-se o distanciamento entre o sagrado e o corpo. Daí conclui que existem nos Terreiros, a Pedagogia do Òrìsà e a Pedagogia do Terreiro, ambas destoantes, prevalecendo a Pedagogia do Terreiro que, na linguagem da consciência corporal, deforma e adoece os corpos.

Referências:

CRUZ, Norval Batista. Corpo, ancestralidade, oralidade e educação no Ile Asè Omo Tifé: o corpo de xangô. 2013. 127f. – Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-graduação em Educação Brasileira, Fortaleza (CE), 2013.

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