Em 2012 Mestre Pé de Chumbo fez uma jornada que passou pelo México e pelos EUA. Ele ficou um mês em cada país. No México ele visitou os 3 núcleos do grupo: DF, San Cristoban (Chiapas), Xalapa (Vera Cruz). Eu, Professora Simone, só participei das atividades de Xalapa de 04 a 12 de abril e nesse período a Mestra Dedê do CECA São Paulo veio do Brasil para o México também. Ressalto que esta viagem para o México foi uma viagem de pesquisa de campo com objetivo de retomar a vivência de campo e compartilhar os avanços da pesquisa. Com este propósito as passagens foram financiadas pelo Alonzo A. Crim Center for Urban Educational Excellence da Universidade Estadual da Georgia em Atlanta – EUA.

A programação em Xalapa foi super intensa e coletiva. Alunos dos outros núcleos do CECA México estavam lá também: Bolinho do DF e Zarape, Caverinha e Japa de San Cristoban. Ficamos todos na casa do Professor Omar, que não é tão grande assim, mas acomodou o Mestre, Dedê, Eu, Omar e Naina; e do lado de fora, no quintal que parecia uma floresta, acamparam os meninos do DF e San Cristoban. Treinamos todos os dias duas vezes por dia. Além disso, participamos de outras atividades culturais como será apresentado a seguir.
Aula de Musica com Mestre Pé de Chumbo no quintal do Professor Omar. Look na floresta! abril 2012

O CECA México participou do Festival de Cultura Afro em Xalapa. No sabado dia 07 aconteceu uma noite de apresentações culturais afro-mexicanas e africanas e entre as apresentações houve a roda de capoeira angola do grupo Federação Internacional de Capoeira Angola (FICA México) da qual o Mestre Pé de Chumbo e seus alunos do CECA México e Brasil participaram.


Visitamos Museu de Antropologia de Xalapa que tem dos povos Olmeca, uma das civilizações mais antigas das Américas datando de 1200a.c. e a qual claramente recebeu influências de povos africanos e chineses (em breve matéria especial no Blog).


A Profa. Dra. Sagrário Cruz Carreteroda Universidade deVera Cruz que pesquisa a terceira raiz no México, ou seja, as influências africanas, apresentou seu trabalho de pesquisa e um documentário sobre a temática.


Eu, Professora Simone, também apresentei a minha pesquisa de doutorado que analisa os processos educativos da capoeira angola na formação intersubjetiva de angoleiros e angoleiras e como analiso isso a partir do olhar da Psicologia Africana.

Além das atividades de capoeira angola e cultura afro-mexicana descritas acima, o encontro do Mestre Pé de Chumbo com os alunos do México e as alunas do Brasil, Mestra Dede e Professora Simone, foi muito especial. Como estávamos todos juntos na mesma casa a convivência coletiva foi intensa, quase não sobrou tempo para relações mais individuais.

Todos acordávamos cedo e íamos fazer o café da manhã coletivo, depois saíamos para o treino. Voltávamos na hora do almoço para cozinhar coletivamente a comida e limpar a sujeira depois. Descansávamos e conversávamos um pouco e logo era hora do treino da noite. Depois do treino da noite voltávamos para a casa para fazer a janta, comer, limpar e dormir. Assim era a nossa rotina super coletiva e

intensa e só variava um pouco quando tínhamos alguma outra atividade a tarde, como a ida ao Museu de Antropologia, que aí comíamos fora de casa para aproveitar melhor o tempo. Foi muito engraçado que não tive muitas oportunidades de conversar pessoalmente com cada uma das pessoas, era tudo tão coletivo e conjunto que as conversas que rolaram foram durante a produção da comida, a limpeza da casa e nas mesas de refeição.

Para mim sou eternamente grata a Deus, ao Mestre Pé de Chumbo e aos meu queridos irmãos camaradas do México e a minha amiga Dedê por proporcionar e compartilhar esses momentos tão gostosos no México. Foi um momento muito especial e importante para mim na capoeira angola e na vida.






Nossa, meu, saudades de todos!